AMIDI participa no EuGMS 2024: Dr. Pedro Marques apresenta programa nacional de nutrição e disfagia para idosos

No recente Congresso da EuGMS (European Geriatric Medicine Society), realizado em Valência de 18 a 20 de Setembro de 2024, o Dr. Pedro Marques, vice-presidente da AMIDI, apresentou um póster sobre um programa inovador nacional destinado à optimização da nutrição em idosos institucionalizados.

O “Nationwide Evidence-Based Program for Nutrition and Dysphagia in the Elderly” surge como uma resposta à realidade portuguesa, onde a população idosa está a aumentar e já representa quase um quarto da população. Este grupo apresenta um índice de qualidade de envelhecimento de entre os mais baixos da Europa Ocidental, revelando a necessidade de cuidados especializados, que muitas vezes têm de ser prestados em Estruturas Residenciais para Idosos (ERPI). A desnutrição é uma importante parcela das problemáticas que os justificam.

Assim sendo, a AMIDI, pioneira na otimização dos cuidados nestas estruturas, desenvolveu um programa de formação dirigido a profissionais que trabalham em ERPI, cujo objetivo é a melhoria da qualidade de vida dos idosos institucionalizados e a redução dos riscos associados à alimentação inadequada e à iatrogenia. Deste projeto fazem parte 1 médico, 2 nutricionistas e uma terapeuta da fala. A associação está em processo de recrutamento para encontrar profissionais de mais áreas da saúde para complementar o trabalho e torná-lo o mais abrangente possível.

Contextualmente, a sua elaboração prende-se com a importância que a nutrição tem para a saúde do idoso. A nutrição inadequada e a disfagia são fatores críticos que podem levar a problemas graves como desnutrição, desidratação, sarcopenia, quedas, pneumonias e aumento do risco de mortalidade. Tenta-se assim, com este programa, otimizar a capacitação na área da nutrição, alimentação e disfagia dos profissionais que trabalham nas instituições. Tudo isto baseado em evidência científica de alta qualidade.

O foco principal são as sessões práticas e que incluem 16 horas de formação presencial, com destaque para o processamento de alimentos e a formação no IDDSI. Adicionalmente, o programa teórico, a ser leccionado por via informática, está dividido em três níveis de formação, direcionados a populações profissionais distintas. Por último, os autores elaboraram uma ementa complementar ao programa, sedimentada em pratos tradicionais portugueses. Para além de poder ser adaptada a pessoas com vários graus de disfagia, aborda várias problemáticas específicas desta população, de entre os quais as alterações do trânsito intestinal, as quedas, a osteoporose, insuficiência renal crónica, demência e síndrome pós-hospitalização.

Este é mais um passo dado pela AMIDI para garantir que os cuidados prestados em lares sejam os mais adequados, humanizados e baseados nas melhores evidências científicas.